sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Patchwork e uma cama de gato

A Clementina é uma gata e por sorte ou azar é a minha gata. Tinha tudo para ser a gata mais querida do mundo, só não é por ter o diabo no corpo, morde e arranha tudo o que mexe, parte louça e candeeiros e nos dias piores até manda computadores ao chão, tem cama, comida e o pêlo lavado e é assim que me agradece! Apesar de tudo eu sou a melhor dona do mundo e fechando os olhos à sua forte personalidade continuo a alimentar esta nossa relação de amor, ódio, desta vez com uma cama nova.

De há uns tempos para cá começou-me a dar pena da pobre que dormia numa cama com metade do seu tamanho, a mesma desde que veio para cá viver, era ainda uma bolinha de pêlo de 2 meses. 

Na semana passada meti mãos à obra e de uma caixa de fruta que o meu namorado pintou nasceu uma nova cama, para ficar quente e fofa como a D.Gata gosta foi precisa uma almofada e como eu estava numa de poupar recursos, iniciei-me no patchwork, e fiz uma almofada a partir dos restos de tecidos que tinha por aí, se podia ter ficado mais direitinha? podia, mas foi a primeira experiência e para uma gata que só me trata mal, não sei se não será já bom de mais.

Para dar um toque ainda mais pessoal personalizei a caixinha com o nome da sua nova proprietária e com um poema do Fernando Pessoa de que gosto muito, afinal quem não tem momentos em que inveja a vida de gato?

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.




















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